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quarta-feira, 1 de junho de 2011

fichamento 7


HUBER J;DERMAZO M.M.P;MELO DG; AMBULATÓRIO DE GENÉTICA MÉDICA NA APAE: EXPERIÊNCIA NO ENSINO MÉDICO DE GRADUAÇÃO; REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA;REV. BRAS. EDUC. MED. V.32 N.3 RIO DE JANEIRO JUL./SET. 2008


Observou-se que a integração entre academia e comunidade possibilitou diversificar os cenários de ensino e aprendizagem, aproximando o estudante de uma prática clínica condizente com a realidade. Além disto, em se tratando de um ambulatório de genética médica, foi possível romper com a dicotomia que existe entre disciplinas do ciclo básico e clínico do currículo médico, possibilitando ações integradoras.
Os estudantes puderam se apropriar de alguns fundamentos teóricos da genética médica a partir da constatação de suas implicações na prática clínica, o que tornou a aprendizagem significativa. Por exemplo, o predomínio de pacientes do sexo masculino na Apae foi reconhecido como conseqüência dos muitos genes de deficiência mental ligados ao cromossomo X, dado epidemiologicamente conhecido mesmo antes de estes genes serem mapeados20.
Tendo por base as diretrizes da Association of American Medical Colleges (AAMC) publicadas em 1984, a American Society of Human Genetics (ASHG) criou uma força-tarefa multidisciplinar com o objetivo de examinar como estava sendo feito o ensino da genética humana nas escolas médicas norte-americanas21. O resultado desse estudo sugere que o estudante de medicina deveria ter familiaridade com os sinais e sintomas mais importantes das doenças genéticas comuns, como a Síndrome de Down, ou tratáveis, como a fenilcetonúria. A maior parte das doenças genéticas mais específicas e raras deveria ser ensinada como exemplo de conceitos importantes. Assim, a Doença de Huntington poderia servir para discutir a variação da idade de início dos sintomas nas doenças genéticas, e a neurofibromatose poderia ser usada como exemplo de variabilidade da expressão clínica.
Além disto, trabalhando em equipe, os estudantes puderam constatar que o cuidado em saúde, quando exercido com as devidas características de multiprofissionalismo e interdisciplinaridade, obtém melhores resultados, em termos de qualidade técnica e humana, do que as formas usuais de organização do cuidado, centradas no monoprofissionalismo do médico ou na plenipotência de seu saber e de suas técnicas.
Os ministérios da Saúde e Educação têm mobilizado esforços no sentido de reorientar o modelo assistencial brasileiro, conforme preconizado pela Reforma Sanitária, entendendo que a consolidação do Sistema Único de Saúde depende, também, da revitalização dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em medicina3.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina preconizam que este deve estar organizado, em sua estrutura curricular, de tal maneira que permita a inserção do aluno em atividades práticas, de complexidade crescente durante a graduação, utilizando vários cenários de aprendizagem, por meio da integração ensino-serviço26.
Para professores de medicina permanece o desafio de superar seus dilemas e suas especificidades, interagir com outros segmentos da sociedade e com outros profissionais de saúde, assegurando a formação de profissionais médicos adequados a responderem às demandas fundamentais em saúde e com capacidade de se aprimorarem continuamente.
Nesse contexto, com a experiência do Ambulatório de Genética Médica da Apae de Jardinópolis, espera-se ter contribuído para a formação de médicos mais habilitados na área da genética médica e dispostos a trabalhar de forma integrada e integradora com a comunidade e a realidade social de seus pacientes.

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